Golpe no INSS causa prejuízo de R$ 6,3 bilhões a mais de 6 milhões de beneficiários

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU, revelou um esquema envolvendo sindicatos e associações que realizaram descontos indevidos diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS.

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Entidades descontavam mensalidades associativas sem autorização formal de beneficiários, segundo CGU. Operação identificou falhas graves no controle do INSS. Foto — reprodução gov.br.
Entidades descontavam mensalidades associativas sem autorização formal de beneficiários, segundo CGU. Operação identificou falhas graves no controle do INSS. Foto — reprodução gov.br.

Brasil Uma fraude de grandes proporções foi desvendada na Operação Sem Desconto, deflagrada nesta terça-feira (23 de abril de 2025) pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal. O caso envolve acordos suspeitos entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e entidades como sindicatos e associações, que resultaram em descontos indevidos nos benefícios de milhões de aposentados e pensionistas.

Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, as entidades firmavam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS, permitindo descontos de mensalidades associativas diretamente da folha de pagamento dos beneficiários, sem autorização formal.

Um levantamento da CGU apontou que 97% dos aposentados e pensionistas entrevistados não autorizaram os débitos. Além disso, 70% das 29 entidades analisadas não apresentaram a documentação exigida para a dos acordos.

As mensalidades cobradas pelas associações chegavam a R$ 81,57, e o número de entidades com esse tipo de acordo aumentou significativamente em 2022. Como resultado, o impacto financeiro total ultraou R$ 6,3 bilhões, atingindo cerca de 6 milhões de beneficiários.

“Essa é uma operação de combate à corrupção e, sobretudo, de proteção aos aposentados e pensionistas deste país”, afirmou o ministro Vinícius de Carvalho.

A CGU recomendou ao INSS medidas urgentes, como o bloqueio cautelar de novos descontos e o aperfeiçoamento dos processos de formalização e controle dos ACTs. Também foi sugerida a implementação de biometria e eletrônica para garantir a autorização real dos beneficiários.

A operação segue em andamento e novas medidas poderão ser tomadas conforme o avanço das investigações.

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